Last Horizon - Queen - A Sua História

Queen - A Sua História


1968-1970

Brian May e Roger Taylor tocavam numa banda chamada Smile, com o vocalista/baixista Tim Staffel (os três na imagem à direita). Freddie era colega de quarto de Tim e seguia assiduamente os concertos do grupo. Nessa altura, Freddie era vocalista de outras bandas, como os Wreckage ou os Ibex. Para além disso, não tinha qualquer problema em partilhar as suas ideias acerca da direcção musical que os Smile deviam tomar.
Tim decidiu então pôr fim à sua carreira nos Smile e juntou-se a uma banda chamada Humpty Bong. Freddie substituiu-o e o grupo começou à procura de um baixista profissional. O primeiro seria Barry Mitchelle, só em 1971, o grupo descobriu John Deacon. Com a formação definida, o quarteto estava definitivamanete em marcha, possuidores de uma imagem inovadora, desfazendo regras musicais anteriores, compondo temas de absoluta originalidade, nada, ou bem pouco a ver com o resto do rock daqueles tempos.

Década de 70

O primeiro álbum da banda, intitulado "Queen", foi lançado como uma revolução no Reino Unido, mas não teve o sucesso esperado. Este álbum caracterizou-se por uma sonoridade pesada, fazendo com que a banda se integrasse na onda heavy metal que já existia na Inglaterra no início da década de 1970. Deste álbum, destaca-se a faixa "Keep Yourself Alive", música que conseguiu alcançar o Top 40 do Reino Unido.
O segundo álbum, "Queen II", apresentava já um som mais melódico, mostrando a influência que Freddie viria a ter nas composições da banda. Aqui destaca-se a composição "Seven Seas of Rhye", primeira canção da banda a alcançar o Top 10 do Reino Unido.
A partir do terceiro álbum, "Sheer Heart Attack", a banda viria a ter os seus álbuns distribuídos pela Trident e EMI, ocasionando assim uma reviravolta na trajetória da banda. Lançado em 1974, este álbum foi o primeiro da banda a estar entre os 10 mais vendidos da Inglaterra, e tornou os Queen conhecidos nos dois lados do Atlântico. A tournée nos EUA foi um sucesso, o que abriu caminho para que a banda pudesse concretizar a sua obra-prima.
Em 1975, os Queen lançaram o disco A Night at the Opera, também conhecido entre os fãs como o "White Album" da banda, numa alusão ao disco com o mesmo nome de um dos Beatles. Este disco, que foi o 1º da banda a conseguir disco de platina, o 1º a vender mais de 1 milhão de cópias e o 1º a atingir o Topo das tabelas do Reino Unido e EUA, definiu um novo tipo de Rock: o rock arte, realizado como uma grande produção, para ser apreciado por todos os ouvidos. Usando uma técnica de retorno da voz, esse disco criou o som que se tornou marca registrada dos Queen e o lançou para a fama. As suas músicas reflectem o espírito da banda: rock pesado com "I'm in Love with My Car"; baladas românticas com "Love of My Life" e "You Are my Best Friend"; experimentalismo com "The Prophet's Song", e uma música impossível de se classificar, como "Bohemian Rhapsody". Esta Opera Rock, quando lançada em 1975, recebeu críticas por não ter apelo comercial e ser muito longa. No entanto, a editora apostou no álbum, e o resultado foi estrondoso: 1º lugar das tabelas durante 9 semanas consecutivas, os 4 álbuns dos Queen entre os 20 mais vendidos e um video-clip que ficou conhecido mundialmente pela sua produção e pela sua qualidade, iniciando a era do Video-clip. Após esse álbum, a banda consolidou-se efectivamente como uma das grandes bandas de Rock, firmando terreno para mais e mais sucessos. Aqui, os seus membros (principalmente Mercury) já apresentavam as suas excentricidades que ficariam mundialmente conhecidas. Curiosamente, quando o álbum foi lançado em K7, a música Bohemian Rhapsody, devido à sua complexidade, fazia com que nesse ponto a fita ficasse transparente!!; mais, esta música, sempre que era tocada ao vivo num dos concertos dos Queen, ou era como parte de um medley ou colocavam uma gravação nas partes mais complexas.
Em 1976, o álbum seguinte, "A Day at the Races" (ambos uma ironia, por se tratarem de títulos de filmes dos Irmãos Marx), foi mais dirigido pela guitarra de Brian May e pela bateria de Roger Taylor, tendo, portanto, músicas mais pesadas, tais como "Tie Your Mother Down" e "White Man". No entanto, aqui encontramos outra obra-prima vocalística de Freddie Mercury - "Somebody to Love", uma música recheada de exageros vocais e complexas passagens vocais, que se tornou um êxito imediato.
Em 1977, "News of The World" trouxe os grandes hits dos estádios da banda, "We Will Rock You" e "We Are the Champions". Os Queen, embora não tenham sido os primeiros a fazer grandes shows em estádios (mas sim os Beatles), utilizaram muitas vezes os mesmos, fazendo shows marcantes (sobretudo se considerarmos que o som era feito exclusivamente pelos quatro integrantes, salvo uma ajuda de Spike Edney nos últimos shows), que criavam uma relação única com o público, sendo reconhecidos até mesmo pela crítica (alguns, consideram os shows feitos pelos Queen em Wembley'86 como os melhores shows de rock de todos os tempos, sem falar no estrondoso público de 250.000 pessoas do Rock in Rio).
"Jazz", o álbum seguinte, de 1978, foi mal-recebido pela crítica, sob a alegação que o álbum não tem nada a ver com Jazz, apesar do instrumental acústico refinadíssimo e a alma nervosa e suave das músicas - o que parece ser o motivo do nome, e não as suas semelhanças formais imediatas com o jazz (como acontecia, por exemplo, com os álbuns de Led Zeppelin, em que se pode dizer que este tom é muito mais evidente). Jazz também decepcionou a banda em relação à aceitação do público. Apesar disso, obteve alguns sucessos, como "Fat Bottomed Girls" e "Bycicle Race" (esta última, no Estádio de Wembley, teve como produção uma volta completa ao estádio de dezenas de mulheres nuas em bicicletas, o que causou um certo choque na opinião pública).
Em 1979 lançam "Live Killers", um album duplo gravado ao vivo na sua tournée mundial entre Janeiro e Abril. Brian May aparece espectacularmente em "Brighton Rock" chegando a ser mencionado por Eric Clapton como um dos melhores guitarristas no cenário do rock mundial.

Década de 80

O ano de 1980 marcou uma mudança no som da banda, até então sempre ressaltada nas capas dos seus discos com a frase "No Syntethizers!". Após o lançamento do álbum ao vivo "Live Killers", em 1979, os Queen lançaram o álbum "The Game", o qual demonstrava a intenção da banda em inserir na sua música a electrónica. Este álbum foi um sucesso principalmente nos EUA, onde a música "Another One Bites in The Dust", com sua belíssima linha de baixo, alcançou o topo das tabelas de rock, soul e disco. Além dessa música, o rockabilly "Crazy Little Thing Called Love" tornou-se outro sucesso da banda.
Então, os Queen lançaram a banda sonora do filme "Flash Gordon", em 1980. Este disco, pela primeira vez, representou um grande fiasco da banda, não agradando tanto a crítica como os fãs.
Com a sua popularidade reduzida na Europa, fortemente impactada pela onda Punk que surgia no Reino Unido, os Queen passaram a procurar novos mercados para o seu som, iniciando visitas a países fora do eixo EUA-Europa-Japão. Pela primeira vez, uma grande banda realizava tournées na América do Sul e África. Na sua primeira passagem pelo Brasil, em 1981, nos doze meses que antecederam o show, as rádios de São Paulo só tocavam as músicas dos Queen.
O lançamento do disco "Hot Space", em 1982, foi recebido com indiferença pelos fãs, que já não viam ali a mesma criativa e inovadora banda. Neste álbum, temos a primeira participação dos Queen com outro cantor, David Bowie, na faixa "Under Pressure".
Nessa época, já eram conhecidas as brigas e discussões entre os elementos integrantes da banda, com constantes idas e vindas, ameaças de saída, entre outros problemas. Essa década foi marcada pelos trabalhos solo dos membros da banda, marcando assim uma maior distância entre os álbuns.
Após lançar "The Works", em 1984, os Queen tiveram no ano seguinte a sua redenção. Convidados a participar do Rock in Rio, na verdadeira cidade do Rock construída no Rio de Janeiro, os Queen roubaram a cena dos espectáculos, tanto pelas excentricidades dos seus membros quanto pela beleza das suas apresentações ao vivo, actuando para mais de 150.000 pessoas com a tranquilidade de um espetáculo caseiro.
Em 13 de Julho de 1985, os Queen mostraram a todo o mundo a sua condição de Estrelas do Rock, ao atrair todas as atenções do concerto Live Aid, em prol das vítimas da SIDA em África, que, recentemente foi considerado o melhor concerto Rock de todos os tempos.
Em 1986 os Queen começaram uma tournée de despedida, cujo um dos últimos shows foi no Estádio de Wembley em Londres. Freddie provocou a platéia de 89,000 pessoas dizendo que a banda estava a acabar, mas depois disse que aquilo era apenas um boato sem fundamento, e que os Queen ficariam juntos até "todos nós morrermos, tenho certeza disso!", para gáudio da multidão. Especula-se que Freddie tenha contraído SIDA naquele ano.
Neste mesmo ano a banda lançou o disco "A Kind of Magic", contendo a banda sonora do filme "Highlander". Este disco trouxe os Queen de volta às tabelas de sucesso, com músicas bem melhor produzidas como "Who Wants To Live Forever", "Friends Will be Friends" e "A Kind of Magic".
Em 9 de Agosto de 1986 os Queen apresentaram-se pela última vez ao público. Eles não conseguiram o Wembley novamente pois o estádio já estava reservado, então disseram ao empresário Roy Thomas Baker para arranjar qualquer outro lugar. Ele conseguiu agendar um show no Knebworth Park, que teve todos os ingressos vendidos em apenas 2 horas; mais de 140,000 fãs "espremeram-se" no parque para vislumbrar os Queen ao vivo pela última vez.
Após este show de despedida, os Queen ainda lançariam, em 1989, o disco "The Miracle", que ficou conhecido pela complexidade da sua capa, então um desafio para os níveis de computação gráfica da época.

Década de 90

Em 1991 começaram a surgir rumores de que Freddie Mercury tinha contraído o vírus da SIDA. O cantor negou, mas sabendo da verdade (assim como seus companheiros de banda), ele decidiu gravar um álbum livre de conflitos e diferenças. Este álbum foi "Innuendo". Embora a sua saúde começasse a deteriorar-se, Mercury esforçou-se para finalizar as suas contribuições. Destacam-se as músicas "The Show Must Go On" e "These Are The Days Of Our Lives".
Em 23 de Novembro de 1991 Freddie Mercury finalmente divulgou que tinha SIDA. Doze horas depois do anúncio, Mercury morreu vítima de uma broncopneumonia aos 45 anos de idade. O seu funeral foi privado, feito de acordo com os princípios religiosos zoroástricos da sua família.
Em 20 de Abril de 1992 o público dividiu a tristeza pela perda de Freddie no "The Freddie Mercury Tribute Concert", realizado no estádio Wembley de Londres em sua homenagem. Músicos como Annie Lennox, David Bowie, Def Leppard, Seal, Elton John, Zucchero, Extreme, Axl Rose, Slash, George Michael, Liza Minnelli, James Hetfield, Robert Plant, Roger Daltrey e Tony Iommi, juntamente com os membros remanescentes dos Queen, tocaram os maiores sucessos da banda.
Os Queen, na verdade, nunca se separaram, embora seu último álbum de inéditos tenha sido lançado em 1995, ironicamente entitulado "Made In Heaven". Lançado quatro anos depois da morte de Freddie, foi feito a partir das últimas sessões gravadas pelo cantor em 1991, além de material descartado de álbuns anteriores. A banda, sem John Deacon (que saiu do grupo depois de gravar a faixa-tributo a Mercury "No One But You"), ainda reaparece de vez em quando, tocando num projecto chamado "We Will Rock You - Queen +" com vários artistas.

2000-2008

Em 2005, Brian e Roger, em conjunto com o antigo vocalista dos Free e dos Bad Company Paul Rodgers, com o guitarrista Jamie Moses, o baixista Danny Miranda e ainda com Spike Edney, lançaram-se numa tournée com o nome Queen + Paul Rodgers que percorreu a Europa (e incluiu uma presença em Portugal, pela primeira vez, dos Queen, a 2 de Julho no Estádio do Restelo), os EUA e ainda o Japão. Esta tournée iniciou-se com um concerto dado num evento chamado 46664 na África do Sul a 29 de Novembro de 2003, em prol das vitimas da SIDA, que contou com artistas como os The Corrs, Anastacia, Beyoncé, Zucchero, Bono, entre outros, inspirado por Nelson Mandela e organizado por Brian May, Roger Taylor e David A. Stewart.
Em 2007 surgem rumores que um possível CD de originais poderia ser gravado por Brian May, Roger Taylor e Paul Rodgers. Com o lançamento (gratuito) de Say It's Not True no inicio de dezembro desse mesmo ano, Brian deixou escapar que estaria mesmo em gravações com Roger e Paul, e que um álbum iria ser lançado ainda em 2008. Entretanto, já no inicio de 2008, é lançado o single Say It's Not True, desta vez em CD. Com o álbum entretanto oficialmente confirmado para inicio de Setembro, surge a organização de uma nova tournée para promoção do álbum, chamada The Cosmos Rocks Tour. Finalmente, em abril de 2008 são confirmadas as datas e postos à venda os bilhetes para os concertos agendados na Europa.
in wikipedia.com (revisto e actualizado por Helder Lobo)